segunda-feira, 10 de março de 2014

Filho de Jader Barbalho aposta no PT para ser governador

Com o apoio do ex-presidente Lula e o aval da presidenta Dilma Rousseff, o peemedebista Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), aposta suas fichas numa aliança com o PT para chegar ao governo do Pará aos 35 anos de idade. Mas enfrenta a resistência de uma ala petista, liderada pela ex-governadora Ana Júlia e pelo deputado federal Cláudio Puty, que lança nesta semana sua pré-candidatura ao governo estadual. O diretório paraense se reúne, ainda este mês, para decidir se apoia Helder ou concorre com candidato próprio. Uma decisão que ganhou maior expectativa nos últimos dias, com o agravamento da crise entre lideranças do PT e do PMDB nacional.
Mas, no que depender de Helder Barbalho, Dilma não tem com o que se preocupar com a decisão do diretório estadual petista. Segundo ele, o palanque do partido no estado só tem espaço para ela. “Nossa candidata é a presidenta Dilma. Vamos apoiá-la qualquer que seja a decisão do PT. Estamos dialogando e vamos respeitar o calendário e as tendências que existem no Partido dos Trabalhadores. Se houver entendimento entre os partidos, o PMDB lançará o candidato a governador e o PT, o candidato ao Senado”, afirma o pré-candidato peemedebista.
Para chegar ao cargo ocupado por dois mandatos por seu pai, Helder confia na força do ex-presidente Lula, que defende uma aliança entre PT e PMDB à chapa majoritária. Pelo acordo costurado entre o ex-presidente e Jader no final do ano passado, o jovem ex-prefeito de Ananindeua será candidato a governador na mesma coligação que trará o ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), um dos réus absolvidos no processo do mensalão, como nome ao Senado.

Paulo Rocha é amigo de Lula e seu companheiro na corrente majoritária do PT, a Construindo um novo Brasil, o antigo Campo Majoritário. Mas tem contra si o grupo de Ana Júlia e Cláudio Puty, da corrente minoritária Democracia Socialista. “A tática de um chapão liderado por PMDB, que setores da direção do partido apoiam, não é a melhor alternativa eleitoral para derrotarmos as elites e oligarquias e para garantirmos uma vitória robusta de Dilma no Pará”, diz o manifesto dos petistas contrários ao apoio a Helder. “Esta aliança descaracteriza o programa do PT”, reforça Puty.
Presidente interino do PMDB paraense, o filho de Jader não dá a aliança por perdida. Pelo contrário. “Estivemos juntos e fomos determinantes para a eleição de Ana Júlia. Quando não havia mais condições de relacionamento, fomos leais. Nas últimas eleições municipais, o PT e o PMDB estiveram juntos em 90% dos palanques das prefeituras. A conectividade dos dois partidos é absolutamente real e concreta, o que facilita o diálogo de cúpula”, afirma em entrevista aoCongresso em Foco.
A eleição de Helder Barbalho é o grande projeto político de Jader Barbalho, como mostra reportagem de capa da nova edição da Revista Congresso em Foco, que já pode ser acessada por assinantes em sua versão digital ou comprada, em sua versão impressa, tanto pela internet quanto nas bancas. Campeão em faltas no Senado em 2013, o ex-presidente da Casa foi o segundo em gastos da cota parlamentar. Desde 2000, ele não apresentou nenhum projeto no Congresso. Apenas em outubro do ano passado, o peemedebista rompeu o silêncio que se autoimpôs em 2001, quando renunciou ao mandato para escapar da cassação em meio a uma série de denúncias.
Nas eleições de 2006 e 2010, o grupo de Jader foi o fiel da balança nas eleições paraenses. Depois de lançar candidato próprio no primeiro turno, foi determinante na segunda rodada de votações. Primeiro, ajudou a eleger a petista Ana Júlia; depois, o tucano Simão Jatene. Nos dois casos, ocupou espaço generoso na administração estadual, mas entrou em conflito, entregou cargos e saiu atirando.
Apesar das críticas de Ana Júlia e Puty, Helder Barbalho diz que o PMDB paraense sempre foi fiel ao PT no estado. “Estivemos juntos e fomos determinantes para a eleição de Ana Júlia. Quando não havia mais condições de relacionamento, fomos leais. Nas últimas eleições municipais, o PT e o PMDB estiveram juntos em 90% dos palanques das prefeituras. A conectividade dos dois partidos é absolutamente real e concreta, o que facilita o diálogo de cúpula”, considera Helder.

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