quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Pará tem menos de um médico para mil pessoas

O Pará segue na penúltima posição do ranking quando o assunto é a falta de médicos. A pesquisa “Demografia Médica no Brasil”, divulgada pelo Conselho Federal de Medicina (CMF), aponta o Pará como o segundo Estado com menos médicos por habitante. São 0,84 médicos em um grupo de mil habitantes. A situação piora quando se trata de médicos que trabalham nos postos de saúde da capital, são 0,50 médicos para mil habitantes.
 
Dos 6.565 médicos atuantes, 73,54% estão na capital. O que para o secretário de Saúde do Estado do Pará (Sespa), Hélio Franco, não tem a mínima relação com a saúde da população. A falta de infraestrutura e condições de vida em vários municípios do Pará são os principais entraves, segundo o secretário, para atrair a mão de obra médica para assistir à população do interior. “Faltam condições desde o ambiente de trabalho até a vida social para os profissionais que na região vão atuar”, conta.
 
Para tentar minimizar essa realidade, residências médicas já foram instaladas nos hospitais regionais a fim de fazer com que os médicos possam passar mais tempo no local e, assim, diminuir a quantidade de profissionais que migram para a capital.
 
Anualmente, o Estado recebe 1 bilhão e 600 mil de verbas federais e 1 bilhão e 300 mil do Estado, que corresponde a 12% da receita líquida do Pará, prevista em lei, valores que, de acordo com o secretário, são altos, mas inexpressíveis quando divididos pelo número de habitantes. “Apesar de termos valores altos para a saúde no Estado, quando dividimos pelo número de habitantes, temos então trinta reais para cuidar de todo tipo de paciente por ano.
 
Além do mais, é grande o número de pacientes que chegam até os hospitais com sintomas de doenças que poderiam ser evitadas nos postos de saúde. A falta de gestão acaba comprometendo o sistema de saúde e superlotando os hospitais. As pessoas devem estar mais atentas à prevenção”, alerta.
 
O diretor do Sindicato dos Médicos, João Gouveia, compartilha da mesma opinião do secretário de Saúde, de que não é o número de médicos por habitantes no Estado que vai interferir na qualidade de vida da população, mas chama atenção para a falta de profissionais nos interiores do Pará, que muitas vezes são induzidos por falsas propostas de trabalho. “O que geralmente acontece é que, no início, os prefeitos prometem um valor e depois os médicos acabam trabalhando por muito menos do que foi combinado. Não há uma carreira, como para os juízes, por exemplo, além das condições de trabalho, que contribuem para que os profissionais não aceitem as propostas”, afirma Golveia.
 
(Diário do Pará)

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