quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mínimo deveria ficar entre R$ 550 e R$ 560

O diretor-técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, afirmou hoje, de Montevidéu, ser contrário à decisão do governo de elevar o salário mínimo para R$ 540 em janeiro, como manifestou ontem o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. O reajuste, segundo o Dieese, interrompe a política de valorização do piso nacional, pois representaria uma queda real de 0,55% ao levar em consideração a variação do indexador oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). "Seria mais adequado um aumento real ao redor de 4%, que significaria levar o mínimo para um patamar entre R$ 550 a R$ 560 no ano que vem", comentou.

De acordo com a nota técnica "Política de Valorização do Salário Mínimo: considerações sobre o valor a vigorar a partir de primeiro de janeiro de 2011", divulgada hoje pelo Dieese, um aumento de R$ 1 do salário mínimo representa um impacto de R$ 249,3 milhões na folha de benefícios da Previdência Social. A instituição estima que a elevação do mínimo de R$ 510 para R$ 540 representará uma despesa adicional de R$ 7,5 bilhões.

Segundo Lúcio, é "compreensível" a posição do governo, segundo a qual a presidente eleita Dilma Rousseff pretende melhorar a gestão fiscal e sinalizar para os agentes econômicos que sua administração será austera na área fiscal e conseguirá economizar 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Orçamento em 2011, o que é a meta de superávit primário. A nova administração federal quer harmonizar as políticas fiscal e monetária a fim de reduzir ao máximo o ciclo de alta de juros em 2011, que poderá ser iniciado no dia 19 de janeiro pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

O diretor-técnico do Dieese reconheceu que uma variação do mínimo de R$ 540 para a marca que defende, entre R$ 550 e R$ 560, representaria um gasto adicional para as contas da Previdência Social entre R$ 2,5 bilhões e R$ 5 bilhões. "Esse é um valor expressivo, mas é preciso lembrar que, quando o Banco Central eleva os juros numa canetada, essa despesa é quatro vezes maior", comentou.

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